🩸 ILIB: Evidências Científicas Recentes e Aplicações na Medicina Veterinária
- Liangrid Nunes Barroso Rodrigues
- 3 de dez.
- 3 min de leitura
A Irradiação Laser Intravascular do Sangue (ILIB) é uma técnica consolidada na medicina humana por seus efeitos modulatórios, antioxidantes e hemodinâmicos, e vem ganhando destaque na Medicina Veterinária Integrativa.
Seu princípio baseia-se na interação da luz laser com os componentes sanguíneos, promovendo ajustes fisiológicos que influenciam a oxigenação, o metabolismo energético e a resposta imunológica.
O Guia ILIB 4.0 – 2024 reúne evidências científicas robustas que demonstram a eficácia do ILIB em diversas patologias humanas, como doenças
cardiovasculares, metabólicas e inflamatórias. No entanto, a aplicação segura e baseada em evidências em animais ainda exige análise crítica e contextualização da prática clínica veterinária.
1. Evidências científicas recentes
🫀 Sistema cardiovascular
Estudos apontam que o ILIB modula a função endotelial, melhora o fluxo microcirculatório, reduz a pressão arterial e normaliza lipídios plasmáticos. Observa-se redução de LDL, aumento de HDL e maior disponibilidade de óxido nítrico (NO), o que favorece equilíbrio vasomotor e oxigenação tecidual.
🫁 Sistema respiratório
Em condições como asma e bronquite, o ILIB apresentou efeito modulatório sistêmico, equilibrando citocinas inflamatórias e aumentando IL-10 (imunorreguladora). Estudos também relataram melhora da oxigenação e normalização de parâmetros respiratórios. Casos de pneumonia e infecções virais, incluindo COVID-19, demonstraram melhor perfusão e recuperação funcional.
💉 Metabolismo e distúrbios endócrinos
Em diabetes mellitus, o ILIB reduziu a peroxidação lipídica, melhorou a microcirculação e exerceu efeito hipoglicemiante e hipolipemiante. A modulação do metabolismo energético ocorre via otimização mitocondrial e aumento da biodisponibilidade de NO.
🫀 Fígado e pâncreas
Em hepatopatias e pancreatites, o ILIB promoveu modulação metabólica e redox, com redução de AST, ALT, GGT e LDH, além de melhora do metabolismo hepático (ATP). Também se observou ajuste nos níveis de prostaglandinas e proteínas de fase aguda, indicando resposta adaptativa e não apenas supressão inflamatória.
💪 Músculo-esquelético e neurológico
Nas artrites e miosites, a fotobiomodulação sistêmica proporcionou modulação imunológica e recuperação funcional, com melhora da mobilidade e redução de dor. Em distúrbios neurológicos, como AVC e Parkinson, verificou-se otimização da perfusão cerebral e função motora.
2. Crítica à literatura veterinária
Apesar do acúmulo de evidências na medicina humana, a literatura veterinária sobre ILIB permanece limitada. São escassos os relatos de caso sistematizados, estudos controlados e padronização de parâmetros em animais de companhia.
Grande parte das aplicações clínicas atuais baseia-se em observações empíricas e experiência profissional, o que, embora clinicamente valioso, carece de validação científica formal.
Essa realidade reforça a necessidade de ensaios clínicos controlados e publicações especializadas que fortaleçam a base de evidências em Medicina Veterinária.
3. Prática na clínica
Com sua especialização e mestrado na área de Biofotônica, a Profª. Flaviana Amado Martins aplica esta tecnologia para uma variedade de condições clínicas em pequenos animais, buscando acelerar a recuperação, manejar a dor crônica e complementar tratamentos convencionais.
Para a aplicação sistêmica, a profissional segue um protocolo de dosimetria que se baseia na correlação entre o peso corporal do animal e o tempo de irradiação do laser. A fórmula adotada em sua prática é:
Tempo de aplicação (minutos)= Peso corporal (Kg) ÷ 2
Este cálculo serve como um guia para a determinação da dose de energia a ser entregue ao paciente. É importante ressaltar que a dosimetria em fotobiomodulação pode variar consideravelmente a depender do equipamento, do paciente e da condição clínica tratada, sendo a personalização do tratamento um fator chave para o sucesso terapêutico.
4. Vias de aplicação
🔵 Via venosa (invasiva)
Aplicação direta na veia cefálica ou safena
Requer punção e experiência técnica.
🟢 Técnica transmucosa ou transdérmica (não invasiva)
Método preferencial em pequenos animais.
O emissor é posicionado sobre vasos superficiais, sem necessidade de punção.
Locais ideais:
Artéria femoral, carótida / veia safena, cefálica
É o padrão-ouro na rotina veterinária, unindo segurança e efetividade clínica.
🔴 Via arterial
Aplicação invasiva diretamente na artéria
Procedimento que exige punção e experiência técnica.
Autoria:
M.V. Liangrid Nunes. B. Rodrigues
CRMV-SP 61.681
Graduada Medicina Veterinária no Centro Universitário de Jaguariúna (Unifaj); Voluntária no Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares (NEPI) da Unifaj em 2020. Bolsista na Clínica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Unieduk, de Jaguariúna 2020-2022. Aprimoramento em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais pelo Hospital Escola Veterinário de Americana (FAM) (2023 -2024). Ozonioterapeuta veterinária pelo instituto Bioethcus (2025). Assistente de pesquisa e desenvolvimento na Eccovet com foco em Biofotônica e Fotobiomodulação.




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