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Terapia por Fotobiomodulação Garante Recuperação Rápida de Cão da Raça Spitz com alopecia X após queimadura grave

Caso clínico publicado mostra eficácia da luz terapêutica em lesões profundas sem uso de medicamentos tópicos ou sistêmicos.


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FONTE: KALIL; OLIVEIRA, 2022

O caso clínico

Um cão da raça Spitz Alemão, de quatro anos, previamente diagnosticado com alopecia X, foi levado às pressas a uma clínica dermatológica em Vila Velha (ES) após apresentar inquietação, dor intensa e uma lesão extensa em região dorsal logo após um procedimento de banho e tosa.


De acordo com a médica veterinária dermatologista Rebeka Ferro Tosta Kalil, responsável pelo atendimento, o animal apresentava inflamação profunda, mas sem sinais de infecção secundária. “Optamos por iniciar imediatamente a fotobiomodulação (PBMT), tanto pelo efeito analgésico e anti-inflamatório quanto pelo potencial de acelerar a cicatrização”, relatou.

A tecnologia por trás da luz

A fotobiomodulação, também conhecida como laser de baixa potência, baseia-se na emissão de luz nos espectros vermelho e infravermelho, que desencadeia reações fotoquímicas não-térmicas nas células.


Esses estímulos promovem aumento do metabolismo celular, maior circulação sanguínea, estímulo à síntese de DNA e RNA e liberação de substâncias moduladoras da dor. Além disso, favorecem a formação de colágeno e o crescimento folicular, aspectos fundamentais em casos dermatológicos complexos.


No caso do Spitz, utilizou-se inicialmente a luz infravermelha (808 nm) para analgesia imediata e redução do processo inflamatório. Em seguida, a luz vermelha foi aplicada para promover cicatrização e repilação.

Resultados em tempo recorde

Após apenas uma semana de tratamento, já se observava cicatrização significativa e início de crescimento folicular. No retorno de 14 dias, a lesão encontrava-se totalmente fechada e a pelagem em fase de normalização.

Com três semanas de acompanhamento, o cão recebeu alta, apresentando repilação completa da área lesionada. Todo o processo ocorreu sem uso de medicamentos tópicos ou sistêmicos, o que reforça o potencial da técnica como abordagem terapêutica única.

Um alerta para tutores e profissionais

O estudo chama atenção também para os riscos do uso inadequado de secadores em altas temperaturas durante procedimentos de banho e tosa. A exposição localizada e prolongada pode resultar em queimaduras graves, especialmente em animais com barreira cutânea fragilizada, como no caso da alopecia X.

“É essencial que tutores e profissionais estejam atentos a esse risco. Além disso, casos como este reforçam o papel das terapias integrativas, que, quando bem indicadas, podem substituir com segurança o tratamento medicamentoso”, destaca a Dra. Rebeka Kalil.

Conclusão

Publicado no periódico científico Pubvet, o relato evidencia não apenas os benefícios da fotobiomodulação em situações dermatológicas críticas, mas também a importância do manejo cuidadoso em procedimentos estéticos veterinários.

A fotobiomodulação se consolida, assim, como uma ferramenta terapêutica de alto valor na dermatologia veterinária, aliando ciência, tecnologia e bem-estar animal.


Autoria:

M.V. Liangrid Nunes. B. Rodrigues

CRMV-SP 61.681

Graduada Medicina Veterinária no Centro Universitário de Jaguariúna (Unifaj); Voluntária no Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares (NEPI) da Unifaj em 2020. Bolsista na Clínica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Unieduk, de Jaguariúna 2020-2022. Aprimoramento em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais pelo Hospital Escola Veterinário de Americana (FAM) (2023 -2024). Assistente de pesquisa e desenvolvimento na Eccovet com foco em Biofotônica e Fotobiomodulação.

 
 
 

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