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Outubro Rosa Pet: como a fototerapia auxilia no pós-operatório de castração em cadelas?

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O Outubro Rosa Pet é mais do que uma campanha simbólica — é um lembrete da importância da prevenção dos tumores mamários em cadelas. Assim como nas mulheres, os tumores de mama são uma das neoplasias mais comuns em fêmeas caninas não castradas.

A ovariohisterectomia, quando realizada de forma precoce e planejada, é uma medida comprovadamente eficaz para reduzir a incidência desses tumores. Estudos apontam que a castração antes do segundo cio pode diminuir o risco em até 90%.

Mas a medicina preventiva não se encerra na cirurgia. O período pós-operatório é determinante para o sucesso clínico, e novas tecnologias têm desempenhado um papel fundamental nessa etapa.


O pós-cirúrgico como extensão do cuidado

 

Após a castração, o foco do veterinário se volta à recuperação tecidual, à redução da dor e à prevenção de complicações inflamatórias.

 É aqui que entra a fototerapia, também conhecida como fotobiomodulação — um recurso terapêutico que vem ganhando espaço na rotina hospitalar e ambulatorial.

A luz de baixa intensidade atua em nível celular, estimulando as mitocôndrias a produzirem mais ATP, molécula essencial para o metabolismo e regeneração dos tecidos.

 Como resultado, observa-se menor edema, menor inflamação e cicatrização mais rápida, o que contribui para uma recuperação mais confortável e segura.

 

A esqueda, paciente não recebeu fototerapia no pós operatório. A direita , o paciente recebeu fototerapia imediatamente após. Fonte: Laser Therapy Veterinary 2ºed. 2024
A esqueda, paciente não recebeu fototerapia no pós operatório. A direita , o paciente recebeu fototerapia imediatamente após. Fonte: Laser Therapy Veterinary 2ºed. 2024

Diversos estudos em medicina veterinária e humana demonstram os efeitos da fotobiomodulação no processo de reparo tecidual.

 

 A aplicação adequada dos comprimentos de onda — geralmente entre 520nm e 1.000 nm — promove angiogênese, modulação de mediadores inflamatórios e melhora na oxigenação local.

Além disso, o laser terapêutico tem efeito analgésico, reduzindo a necessidade de anti-inflamatórios sistêmicos e minimizando os riscos associados ao uso prolongado desses fármacos.

 

Ainda que a fototerapia não seja uma ferramenta preventiva contra os tumores mamários, ela representa uma continuação do cuidado preventivo:

 

 Prevenir complicações pós-cirúrgicas, acelerar o retorno à normalidade fisiológica e garantir o bem-estar global da paciente.

 

No contexto do Outubro Rosa Pet, essa integração entre prevenção cirúrgica e terapias de suporte traduz o que há de mais atual na medicina veterinária moderna — o cuidado completo, do diagnóstico à recuperação.

O Outubro Rosa Pet nos convida a refletir sobre a amplitude do conceito de prevenção.

 Castração orientada, protocolos cirúrgicos seguros e terapias de suporte, como a fotobiomodulação, representam um ciclo contínuo de cuidado, ciência e empatia.

 

REFÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


WINKLER, Christopher J.; MILLER, Lisa A. (ed.). Laser Therapy in Veterinary Medicine: Photobiomodulation. 2. ed. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2025.


Escrito por:

M.V. Liangrid Nunes. B. Rodrigues

CRMV-SP 61.681

Graduada Medicina Veterinária no Centro Universitário de Jaguariúna (Unifaj); Voluntária no Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares (NEPI) da Unifaj em 2020. Bolsista na Clínica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Unieduk, de Jaguariúna 2020-2022. Aprimoramento em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais pelo Hospital Escola Veterinário de Americana (FAM) (2023 -2024). Assistente de pesquisa e desenvolvimento na Eccovet com foco em Biofotônica e Fotobiomodulação.


 

 
 
 

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